minha alma imortal
vasculha restos e lixos alheios
buscando falas abortadas
garrafas com absinto e
vestígios de relacionamentos
de fragmentos achados
farei um inteiro
meus inteiros se fazem de sobras
e minhas sobras sabem sentir
caminhos esquecidos por minhas mãos
trago traços de demência
nas heranças auto-herdadas
das verdades padrão
e de passos inventados por letras
cabalisticamente falsas
tento tolerar os toques dos
dedos nas pontas imaginadas
de estrelas visitadas por astronautas
formados por correspondência
e por mamíferos ruminantes
e se perco alguns gramas por semana
ressuscito-me um em sonhos
próprios de quem só aprendeu
a contar até 21
não aprendi a ver vida própria
na domesticidade das convenções
apaziguo-me nos afazeres
próprios para dar fim em todo
tipo de movimento da carne
até me enfeitarem de lilás
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