Tuesday, March 06, 2012

Síndrome

As autoridades de saúde de Joinville ainda não perceberam, mas está em pleno curso na cidade, outrora das bicicletas, uma epidemia, a SSAFREM, ou Síndrome do Saia da Frente que a Rua é Minha. Esta síndrome, silenciosa enquanto os acometidos não assumem as direções de seus automóveis, provoca, além de um desespero aterrorizante com o passar dos segundos, a necessidade de o indivíduo se deslocar ininterruptamente quando dirigindo.

É muito fácil reconhecer uma vítima deste mal das pós-modernidade, o sujeito humano, independente de gênero, credo, etnia, classe social ou nível de escolaridade, não suporta ter de trafegar com seu veículo com outro veículo à sua frente, mesmo que o veículo da frente esteja trafegando na velocidade máxima permitida para a via. O portador da síndrome fica irritado, buzina, dá sinal de luz, xinga a mãe do condutor do veículo à sua dianteira e espuma pelo(s) canto(s) da boca. Caso o pobre coitado do condutor, o da dianteira, estiver um pouco abaixo da velocidade máxima permitida para a via onde trafegam, ele estará correndo sério risco de vida ou de morte, como queiram, talvez risco à sua integridade e do seu veículo fique melhor colocado, não obstante ao risco, que continua elevado.

Outro sintoma da nefasta síndrome pode ser percebido no momento em que um civilizado motorista resolve obedecer às leis de trânsito e dar a preferência a um pedestre na faixa. Vindo atrás do civilizado motorista um pobre diabo acometido pelo mal, ele pisa bruscamente no freio, fazendo gritarem os pneus no asfalto e levantar fumaça de borracha queimada, em seguida aciona o dispositivo de sinalização auditiva veicular, conhecido como buzina, de maneira ininterrupta. Igual ao exemplo anterior, os impropérios contra a mãe do civilizado motorista também são endereçadas ao pedestre, aquele que ousou a atravessar na faixa de pedestres. Ele também espuma pelo canto(s) da boca(s).

As autoridades de saúde precisam agir com urgência, este mal pode se disseminar e tomar conta de nossa cidade, das flores e afugentar os príncipes que dão título a outro adjetivo joinvilense. Além disto estou cheio de ter minha mãe vilipendiada diariamente porque afronto os portadores da síndrome, andando na velocidade máxima permitida nas vias públicas, ou dando a preferência aos transeuntes nas faixas de pedestres.

1 comment:

  1. Anonymous5:06 AM

    Não conheço sua cidade, mas este é o mau de todas as que já conheci.

    Carlos augusto

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